sexta-feira, 24 de abril de 2015

Menos cliques virtuais, mais vida a sério!

O desenvolvimento tecnológico, nomeadamente através da internet e dos dispositivos que a suportam, tem promovido o fenómeno da globalização, com o grande benefício de uma maior partilha de informação inter e intra-povos, sendo um relevante recurso ao serviço da comunicação humana à distância.
No entanto, uma utilização exagerada desses instrumentos restringe, obviamente, o acesso ao realismo das relações humanas, no aqui-agora da experiência presencial. A tecnologia revela-se, nestes casos, como uma substância de reforço da barreira emocional face aos outros, permitindo às pessoas sentirem que têm um grande controlo do que exteriorizam, e também do que interiorizam, dada a segurança de estarem atrás de um ecrã de computador, tablet ou telemóvel. Particularmente, no meio familiar, este problema pode ser muito prejudicial ao convívio e comunicação entre os seus elementos, manifestando-se em casais que olham mais para máquinas do que entre si, e pais que pouco brincam e interagem, realmente, com os seus filhos.
A vida relacional sem tecnologia, é mesmo sem rede, mas é o que a pode tornar entusiasmante, inesperada e profunda! Deste modo, é necessário abdicar, aos poucos, da sensação de controlo rígido que a tecnologia, utilizada abusivamente, nos possibilita nas dinâmicas interpessoais, para regressarmos aos bons hábitos dos encontros "off-line", em que o brilho dos olhos não é provocado pelo reflexo de luminosidade artificial, mas sim pela alegria da partilha de afectos face-a-face.