Através de um processo de intervenção psicológica, a pessoa deprimida encontrará um espaço-tempo diferente, de promoção efectiva da sua liberdade. De facto, um culpado não se sente livre e, nesta medida, a libertação será das amarras dolorosas da culpa, através dessa particular relação terapêutica, em que a pessoa se sentirá aceite e, por isso, perdoada. E, com este perdão, realiza-se a passagem consistente do estado de personagem a pessoa real. A vida torna-se, enfim, muito mais alegre e animada, simplesmente porque a vida verdadeira tem todas as condições para ser isso mesmo.
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quinta-feira, 7 de maio de 2015
A libertação do deprimido
A auto-culpabilização é um factor-chave nos fenómenos depressivos prolongados. A pessoa sente-se abatida e com escassa vontade de mudar esse estado, porque se julga de forma muito negativa. A esperança em si própria, encontra-se muito reduzida, porque o papel de "ovelha negra" foi assumido, algures no passado, e não se perspectiva como possível alterar o guião da história. Aliás, este é um dos problemas fundamentais associados a essa culpa auto-assumida: a pessoa vive mais como uma (má) personagem de ficção do que como autora do seu projecto de vida.