A memória é fundamental para o desenvolvimento de relações
fortes e duradouras. Mas não basta recordar, passivamente, as pessoas de quem
se gosta. É necessário activar essas recordações, ou seja, estabelecer
contactos concretos que liguem esses passados a presentes
renovados, a partir dos quais as memórias poderão continuar a crescer. De
facto, desde logo um simples telefonema para uma pessoa amiga ou familiar
revela, de forma inquestionável, uma expressão de recordação daquela pessoa e,
através dessa atitude, um cultivar dessa relação.
“Lembrei-me de ti!”; sim, porque ligou-se a essa pessoa, não só a nível mental e emocional, mas também de forma factual, para que não houvesse quaisquer dúvidas, ou seja, inseguranças…
Tal como as plantas, as relações desenvolvem «raízes» fortes e saudáveis se forem bem tratadas, com gestos reais, e regulares, de cuidado e atenção adequados. Recorrendo a esta imagem simbólica, as «raízes» das relações são, sem dúvida, as suas memórias; não estão visíveis, porque estão no «solo» mental de cada um. Se, durante muito tempo, uma «terra» não for cultivada com os nutrientes de que necessita, a degradação da respectiva relação acontecerá seguindo as leis da Natureza. Por outro lado, se o «terreno» for, frequentemente, (bem) tratado, as «raízes» serão fortalecidas e a vitalidade de tal relação será observável para todos. Mas, é claro, que os resultados não estão dependentes de uma só pessoa, porque se trata de uma relação! Assim, tais efeitos serão tão mais expressivos quanto maior for a participação de todos os que cuidam, ou devem cuidar, do «terreno».