Um dos motivos para procurar apoio psicológico é o mal-estar emocional associado a alguma doença física. Nestas circunstâncias, as pessoas aderem, geralmente, a essa ajuda especializada com o discurso focado excessivamente nas ideias de doença, rotulando-se como "doentes", como se fossem apenas isso e nada mais.
Nestes casos, o processo de intervenção psicológica passa, assim, muitas vezes, por relembrar o todo que a pessoa é, enfatizando as partes saudáveis da sua vida, nomeadamente as competências preservadas, não só a nível físico, mas, igualmente, a nível emocional, mental e relacional. Retirar o cunho da doença da própria identidade, para algo mais ou menos parcelar, o qual faz parte das experiências globais de vida, é fundamental para a renovação do bem-estar e alegria de viver, associados à consciência de um todo, em vez de se julgar, erradamente, como sendo apenas uma qualquer parte de si mesmo. Tal não significa, porém, negar a doença, as suas implicações e tratamentos possíveis, mas sim definir, com clareza, o lugar específico que ocupa, realmente, na vida da pessoa, libertando-a da angústia invasiva que se sobrepõe, de forma ilegítima, às potencialidades saudáveis que permanecem.