No entanto, existe um tempo em que as obrigações, adultas e infantis, não podem mais servir de pretexto para justificar o escasso convívio familiar: a altura em que as férias escolares dos filhos coincidem com as férias profissionais dos pais. E os pais sabem disso e as crianças também, mesmo que até se esforcem por esquecer esse facto, nomeadamente em famílias em que os conflitos, ou as negligências relacionais, são muito intensos.
As férias em família são, assim, os últimos redutos da expressão amorosa entre pais e filhos. Se não existe bem-estar na família nessas alturas, como poderá existir noutras? É um tempo de base, de fortalecimento de uma segurança básica de amar e ser amado. Alguns podem se esquecer disso, mas todos sentirão esses momentos num aumento ou diminuição da esperança, assim como num reforço ou degradação do sentimento de pertença. E não serão, naturalmente, as crianças as principais responsáveis por tais resultados. Cabe aos pais lembrarem-se da sua função essencial: serem os principais educadores para a alegria e união nas relações humanas. E como se transmite isso às crianças? Dando-lhes momentos reais dessa natureza.