Em regra geral, NÃO, com a excepção dos primeiros meses de escolaridade, de modo a promover uma boa adaptação das crianças às novas rotinas. Para além desse período, essas práticas parentais, apesar das suas boas intenções, não produzem os efeitos desejados: a confiança e autonomia das crianças face ao contexto escolar e suas exigências académicas.
De facto, caso se torne habitual o estudo acompanhado com os pais, as crianças não serão, suficientemente, capazes de reconhecer as suas reais competências e dificuldades. “Até que ponto, aquilo que estudei e fiz dos TPC, deve-se a mim ou aos meus pais?”. Neste quadro, é natural que as crianças sintam muita insegurança/ansiedade em situações de testes escolares, até porque não se treinaram para tal, ou seja, “os pais não estão lá!”.
Assim, em relação aos estudos das crianças, o papel dos pais passa, essencialmente, por garantir que os deveres escolares sejam realizados, através de métodos de estudo organizados (em espaço e tempo próprios), tendo em consideração que avaliar tais aprendizagens já não corresponde às competências parentais, mas sim às dos professores.
Os pais são os educadores por excelência, ou seja, devem criar e garantir as condições para que os seus filhos cresçam e se desenvolvam bem em todas as áreas de vida; os professores devem ensinar e avaliar conhecimentos escolares. Através de uma boa definição e prática adequada destes papéis, as crianças viverão, da melhor forma possível, as suas facetas, próprias e distintas, de serem filhos e alunos.
