Paciente: Estou a falar sobre a minha vida há mais de dez minutos e ainda não me disse nada. O seu silêncio incomoda-me!
Psicoterapeuta: Noto que o meu silêncio tem provocado que fale mais consigo próprio.
Paciente: Então, se calhar não preciso de si. Se estiver sozinho, será a mesma coisa!
Psicoterapeuta: Se eu não estiver presente a ouvi-lo, o meu silêncio provocador também lá não estará.
Paciente: Pois, mas, com o seu silêncio, como posso saber que está a pensar sobre a minha vida?
Psicoterapeuta: Na realidade, não posso pensar sobre a sua vida, mas apenas na minha própria existência, na qual incluo tudo o que está a acontecer nesta sessão consigo.
Paciente: Então, quem é o psicoterapeuta? E o paciente?
Psicoterapeuta: (silêncio)
Paciente: Bem, onde é que eu tinha ficado a falar sobre o que me aconteceu ontem? Ah, já sei! Estava eu a dizer que...