quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O amor como essência da função psicoterapêutica...

Na relação psicoterapêutica, o factor decisivo no processo de transformação do paciente é a certeza de que é amado nessa particular relação. Mas que amor será esse? A natureza desse amor será, claramente, distinto de outras vivências quotidianas, nomeadamente de relações conjugais, de namoro, familiares ou de amizade, nas quais, com raras excepções, o desejo de ser amado tende a revelar-se bastante mais do que a prática de amar.

A particular postura amorosa do psicoterapeuta deverá ter como único foco o desenvolvimento da pessoa que lhe pediu ajuda, ao nível de dimensões como a confiança, motivação, autonomia e auto-valorização.


O amoroso profissional que não procura ser amado... esse é o papel fulcral do  psicoterapeuta. 

No exercício desse peculiar serviço, pautado por um código de ética e deontológico, o psicoterapeuta procura atingir a maior suspensão possível dos seus julgamentos e problemáticas, ou seja, dos seus próprios «pedidos de amor». Desse modo, o paciente será nutrido, essencialmente, de um amor incondicional psicoterapêutico e, de forma progressiva, sentirá em si mesmo o crescimento de uma verdadeira força de amor próprio que, naturalmente, acabará por transbordar nas suas relações significativas...