quarta-feira, 22 de junho de 2011

Identidade: uma verdade à procura de expressão...

Ninguém consegue ter o mesmo «olhar» sobre um determinado fenómeno, ou seja, cada um observa, analisa, sente e compreende o que o rodeia de uma forma particular. Apenas a interacção de inúmeras perspectivas pessoais permitirá um enriquecimento das relações humanas, pela verdade que nelas se evidencia.

Todavia, infelizmente, verifica-se que, na generalidade das relações humanas, as perspectivas individuais ficam omitidas ou distorcidas pela influência de uma ilusória necessidade de aprovação dos outros, que corrói a expressividade identitária.

Mas, na realidade, o Eu não se desenvolve através da aprovação de uma «colagem» a um Outro, mas sim por uma aceitação da sua diferença. E tal aceitação é importante que, também, seja cultivada pelo próprio. De facto, aqueles que não se aceitam como são, dificilmente serão aceites pelos outros.

Em suma, a aceitação das especificidades (próprias e dos outros) permite a validação e valorização da identidade de cada um.
De outro modo, o Eu fica perdido de si mesmo, permanecendo escondido por uma «máscara» do Outro. Ao se ser «adoptado» na perspectiva do Outro, fica-se «orfão» de Si próprio...