Através do amor incondicional, é possível sentir qualquer ser ou objecto à distância*. A telepatia – legitimada pela ciência moderna, designadamente pela física quântica -, é o meio de comunicação privilegiado entre dois corpos físicos suficientemente distantes, ou seja, numa situação em que nenhum dos cinco sentidos clássicos pode percepcionar um determinado objecto.
Sempre que alguém verifica que sentiu algo proveniente de outra pessoa - sem ter tido contacto directo com ela, ou seja, sem ter obtido tal informação através de uma qualquer via sensorial tradicional -, apercebe-se, de repente, do poder da telepatia, conduzido pelo seu amor incondicional. Contudo, estes fenómenos são, tipicamente, esporádicos, em virtude da habitual descrença no desenvolvimento consistente destas capacidades e, sobretudo, devido ao domínio do amor condicional na humanidade. Desta forma, as pessoas, por norma, não se apercebem que estão todas ligadas no Todo – esta é mais uma conclusão científica da área de investigação da física quântica -, desenvolvendo, devido à angústia da ilusória separação, sentimentos de posse em relação a objectos materiais ou imateriais, e face às pessoas que dizem amar... Como se pode amar genuinamente alguém que se deseja enclausurar num regime de prisão domiciliária ou, na melhor das hipóteses, obrigá-la a cumprir um termo de identidade e residência?!
Amar verdadeiramente o outro é promover a sua liberdade, é ficar feliz por saber que o outro está feliz, esteja lá onde estiver e a fazer o que lhe apetecer. Quem ama de forma condicional manifesta uma insuficiência de amor próprio, ansiando por alguém que, sob a ameaça de um qualquer tipo de punição, preencha essa lacuna. Só respeitando e vivendo com alegria o livre arbítrio se pode amar incondicionalmente e, por extensão, sentir cada vez mais amor em todos os momentos da vida, porque aqueles que amamos não precisam estar fisicamente presentes.
Concluindo, quando se ama incondicionalmente, a telepatia permite a superação da necessidade de presença física do outro - exigência própria do amor condicional -, porque se ama à distância e, ao amar-se desta forma, os momentos de amor presencial são da mesma qualidade incondicional, mas acrescidos de uma intensidade quantitativa/prazer superior, que torna ainda mais rica a vivência de amar.
* Neste texto, entenda-se por distância a percepção da separação nas primeiras quatro dimensões da realidade (as três primeiras referentes ao espaço físico e a quarta referente ao tempo). O nivel de consciência humano acede, habitualmente, apenas a estas quatro dimensões. Todavia, actualmente, os físicos quânticos defendem que existem onze dimensões e, neste âmbito multidimensional, existe uma real ligação entre tudo o que existe.
