A ambivalência não deve ser considerada algo desejável ou natural, embora seja frequente. Sentimentos simultâneos de amor e ódio, e com intensidades semelhantes, representam um conflito que, só pode ser bem resolvido, aumentando progressivamente o amor e diminuindo o ódio. Para que tal suceda, sublinhe-se que o amor cresce pela transformação do ódio no seu complementar, através do processo de perdão.
É errado julgar que a deflexão da agressividade é uma forma de promover a saúde mental, mesmo que tal se opere somente na vida relacional interna de cada um. De facto, devolver algo negativo que se recebeu de alguém não é, certamente, um acto de amor. “Olho por olho, dente por dente...” só estimula um ciclo vicioso de ódio nas relações humanas.
Se quando alguém nos fizer algo de mal, compreendermos que essa pessoa assim o fez devido a uma qualquer fragilidade e sofrimento, o perdão surge sem dificuldade, e a deflexão que ocorrer em relação a essa pessoa será ao nível do amor, que é o factor fundamental para um efectivo desenvolvimento humano.