terça-feira, 10 de maio de 2016

Um jogo só com derrotados

Ter ou não ter razão... Inúmeras vezes, parece ser esta a ideia principal que é jogada nas relações humanas. Assim se configura um jogo, e de natureza competitiva, ou seja, com aparentes vencedores e vencidos. Alguém deve ter razão sobre um qualquer assunto e, quem não pensar dessa forma, estará errado. Tenta-se submeter o outro a uma determinada opinião, seja ela qual for. O opressor será o vencedor e o oprimido será o derrotado. Mas será mesmo assim? Haverá mesmo algum vencedor ou só derrotados?
O suposto vencedor de uma discussão, com uma opinião obviamente limitada, será um pobre vencedor, ou seja, mais um derrotado.
Mas, o mais importante não será tanto respeitar ou aceitar as perspectivas dos outros (o que já não seria nada mau para a boa convivência), mas sim gostar e valorizar as múltiplas interpretações sobre um determinado fenómeno, as quais, naturalmente, serão sempre, pelo menos, um pouco diferentes entre si. Mas quem ganhará com isso? Nestes casos, serão todos os envolvidos, porque, nesses processos, serão tecidos elos de ligação entre as diversas visões restritas, resultando em expansões de consciência, de conhecimentos e de qualidade das próprias relações pessoais.
Não temos que concordar com os outros, porque a discordância, ainda que seja pequena, é inevitável: cada um pensa, sente e age de forma única e irrepetível. Tendo isto como premissa, o relevante, mesmo, será abraçar as diferenças, porque elas nos enriquecem a todos. E, ao fazer isso, com toda a carga emocional subjacente à união, o respeito e a aceitação lá estarão, como partes integrantes desse movimento de crescimento pessoal e relacional.