As dinâmicas profissionais ainda revelam, frequentemente, uma
lógica fria e mecânica , mediante a qual cada pessoa se sente reduzida a uma
função para obter ganhos económicos. Neste sistema relacional, é certo que
alguém pode lucrar, mas tal benefício será apenas monetário. O dinheiro é útil,
mas se for entendido como a única forma de ligação entre duas ou mais pessoas,
perde-se, assim, um referencial fundamental para a felicidade: uma união suficientemente
abrangente que produz alegria partilhada. Desta forma, o tempo de vida profissional
será pautado por uma dolorosa sensação de isolamento, dada a falta de uma real convivência
humana.
Felizmente, existem boas excepções, nas quais os negócios
são apenas uma parte integrante das dinâmicas interpessoais, recordando-se, na
prática, que, cada pessoa, não se resume a uma qualquer ferramenta de trabalho.
Estas são, indiscutivelmente, as boas empresas/locais de trabalho, nas quais as
pessoas experimentam o que é a felicidade num contexto laboral, porque
participam em relações humanas que ultrapassam em muito as estritas
necessidades profissionais. Nestes grupos, as pessoas cuidam realmente umas das
outras, sendo compreensivas, solidárias e benevolentes não só face ao trabalho
propriamente dito, mas também face às necessidades das outras áreas de vida, nomeadamente
ao nível do bem-estar físico, familiar e social.
Quando as pessoas dedicam suficiente atenção a si próprias e
aos outros, facilmente compreendem que todos ansiamos ser vistos como seres
humanos únicos e insubstituíveis, em vez de mobiliário que se usa e se deita
fora. Definitivamente, é a união de pessoas, no respeito e valorização pela
totalidade do que são, que faz um qualquer tipo de grupo humano saudável e, por
isso, feliz.