Entre a compreensão e a aceitação, é invocada a possibilidade de exercício de um instrumento de grande poder transformador: o perdão.
Nem sempre se julga que, na aceitação tranquila das experiências emocionais de alguém, a capacidade de perdoar foi utilizada, mas, muitas vezes, em tais casos, o que sucedeu é que esse tipo de vivências já tinham sido previamente perdoadas, nessa relação específica ou em outras.
Importa realçar que o processo de perdão não deverá incidir apenas face a algo considerado negativo, desagradável, ofensivo ou até mesmo maléfico. De facto, perdoar as experiências de outrem consideradas positivas, bem sucedidas, generosas ou bondosas é também necessário, dado que, pelo menos em parte, tende a ocorrer a emergência de sentimentos de inveja, mais ou menos conscientes, face a sucessos ou alegrias alheias.
Na minha perspectiva, perdoar alguém significa, basicamente, efectivar uma ligação emocional entre o Eu e o Outro - derivada de sentimentos de amor pelo desenvolvimento próprio e de outrem-, em que os sentimentos de separação são transformados, progressivamente, em sentimentos de continuidade experiencial. De facto, por um lado, a culpa cria e sustém sentimentos de distanciamento relacional, já que para existir um culpado terá que existir uma vítima, ou seja, com opostos posicionamentos psíquicos. Ao invés, no processo de perdão relacional, o Eu reduz a distância percebida face ao Outro e, dada essa aproximação, torna-se óbvio que perdoar o outro implica(ou) sempre um processo de auto-perdão...
Na minha perspectiva, perdoar alguém significa, basicamente, efectivar uma ligação emocional entre o Eu e o Outro - derivada de sentimentos de amor pelo desenvolvimento próprio e de outrem-, em que os sentimentos de separação são transformados, progressivamente, em sentimentos de continuidade experiencial. De facto, por um lado, a culpa cria e sustém sentimentos de distanciamento relacional, já que para existir um culpado terá que existir uma vítima, ou seja, com opostos posicionamentos psíquicos. Ao invés, no processo de perdão relacional, o Eu reduz a distância percebida face ao Outro e, dada essa aproximação, torna-se óbvio que perdoar o outro implica(ou) sempre um processo de auto-perdão...