A prossecução da autenticidade, ou seja, de viver na verdade, está repleta de obstáculos de ilusão, de mentira, de falsidade, de ofuscantes ornamentos materiais e de personalidade, que só podem ser superados de forma corajosa e disciplinada. De facto, todos passamos, internamente, pela vivência do príncipe na história da "Bela Adormecida", em que o protagonista precisa vencer o Dragão das Trevas com a espada da Verdade, ou seja, com puro Amor, de modo a despertar, com um beijo vígil - porque genuíno - a sua princesa, que «adormeceu»/iludiu-se com um feitiço de desamor.
Ser aquilo que se é, ou seja, estar sempre munido com a «espada da Verdade» e «responder» com esse instrumento aos desafios indagantes do ser: o que estou a fazer corresponde àquilo que me torna feliz - expressão de autenticidade - ou seja, com a minha conduta percorro o caminho para a felicidade decorrente da experiência de vida?
É através desta dinâmica interior de dúvida metódica (conceito desenvolvido por Descartes), inerente a um auto-questionamento sistemático sobre a contínua experiência do ser, que se promove um efectivo desenvolvimento humano.