quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Lágrimas

A dor que me infligiste derramou a tristeza que anseio recuperar, porque só nela reside a vã esperança de saber viver...
Inquieto-me na procura das minhas lágrimas perdidas, mas recuso-me a procurá-las nos teus olhos... Sei que as minhas pálpebras cedem perante o vislumbre da tua beleza, na ânsia de guardarem mais uma imagem preciosa. Alojei a tua riqueza inerte dentro de mim, e consumia-a nos meus sonhos para sustentar a ilusão de um movimento, que criasse uma nossa narrativa.
Ironicamente, acordaste-me com um gesto abrupto, impossibilitando sequer uma falsa despedida. Não posso viver sem a minha tristeza, mas não quero que se liberte dos teus olhos algum produto do meu sentir...